sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A Noite de Natal de 2003...

Aqui vai mais um conto da pessoa com o dom da escrita.. muito bonito :) a escolha das imagens é pessoal, os olhos são mesmo meus!




22Horas, noite de Natal, Olavo um homem jovem de 28 anos, estatura
media, postura elegante, cabelos louros escuros, cara sardenta, olhos doces, escuros, mas amargos e tristes, engenheiro de profissão numa multinacional em Lisboa, vivia o seu primeiro Natal na solidão da Noite. Faziam seis meses que a sua única familiar, sua mãe falecerá. Ainda no ano passado o Natal foi tão diferente, uma simbiose de reencontro às origens e com o amor da sua Mãe.

Hoje, tudo mudou, mesmo assim Olavo, teimou em passar o Natal não em Lisboa com algum dos seus poucos amigos, mas sim, no local de sempre - a casa de sua Mãe – em Caldas da Rainha. No entanto, talvez já se arrependerá, pois afinal, a casa de sua mãe, berço da sua infância, que se situava no centro histórico de Caldas da Rainha encontrava-se agora tristemente vazia, fria, sem o calor do sorriso de sua Mãe, ou das suas palavras, que adocicavam o coração de Olavo.





No meio de tanta angustia, de tanta nostalgia no olhar, Olavo resolveu rumar à Foz do Arelho. O Mar da Foz, sempre tinha sido na sua juventude a testemunha dos seus primeiros amores e desilusões, enfim o Porto de abrigo para a reflexão.
Ao chegar à avenida da praia da Foz, agora rebatizada de Avenida do Mar, Olavo saiu do carro, olhou para os lados e apenas contemplou o vazio, de uma noite de natal, mas mesmo assim, rumou em direcção ao extenso areal. Estava uma noite fria, cinzenta, com um tom de vento ligeiro, a contrastar com um luar resplandecente e um céu coberto de estrelas vistosas, decerto de Natal, que serviriam de companhia para os solitários como o Olavo.

Olavo, caminhou adentro do areal até perto do mar. Olhou mais uma vez em volta, sentiu o cheiro da maresia e calmamente sentou-se.
Subitamente o imenso vazio e magoa que lhe percorria o pensamento, cresceu de forma exponencial tendo como resultado Lagrimas, sim Lagrimas. Olavo sentia-se sozinho, abandonado, o mais sozinho dos Homens.
Afinal o que era a sua Vida? O que tinha conseguido Construir em 28 anos?
Uma mera rotina de procedimentos frugais, de uma sociedade materialista e individualista, em que ele Olavo tinha sido cúmplice. 28 anos em que construiu meros bens materiais. Relações? Sentimentos? Bem, para alem de uma ou duas amizades relativas, somente uma sucessão interminável de namoradas que nada tinham significado, para ele, visto nunca se ter entregue verdadeiramente – talvez por medo, talvez por excesso de individualismo.





De um momento para o outro, e no meio deste conflito interior, que devassa a personalidade de Olavo, surgiu do nada, uma luz intensa, incandescente, forte, junto ao mar. Olavo ao contrario do que seria de esperar não sentiu medo. Olhou fixamente para essa luz, e para seu espanto, dessa luz, surgiu do vazio do mar, um ser uma mulher, alta, de cabelos sedosos, de um olhar intenso, misterioso, mas que inspirava confiança, vestida de branco, envolta de uma aura dourada. À medida que se aproximava de Olavo, seus cabelos baloiçavam ao sabor do vento, seu vestido branco comprido, escondia seus pés nus que calcavam a areia, deixando atras de si um rasto de flores – pétalas de rosas. Mais uma vez e perante este cenário, Olavo não teve medo. Ao chegar junto a Olavo esta mulher misteriosa disse:
- Não tenhas medo, sou meramente uma alma perdida dos mares, que hoje subiu à superfície para debelar essa tua solidão. Sou a tua companhia de Natal. O presente dos deuses para que despertes para a vida.
- Olavo, nada disse.
Subitamente esta mulher, ninfa, deusa, ser mitológico, sei lá - sentou-se junto a Olavo agarro-lhe a mão. Nesse momento, Olavo sentiu por todo o seu corpo um enorme calor, uma energia fantástica que lhe inundou, não apenas o corpo mas também os pensamentos.




Por estranho que pareça, Olavo, sentiu confiança nesta mulher cujo olhar era hipnotizante.
Sem Perguntas, passaram a noite a conversar, a rir, sim a rir e a beber um vinho que segundo essa mulher era a formula magica para a felicidade. Estranho, de facto, mas a partir do momento em que provou esse vinho, Olavo, nunca mais se lembrou dos seus problemas, da sua solidão.
E assim a noite foi passada, entre gargalhadas, sorrisos ............................................... até Olavo adormecer.



De manhã, Olavo quando acordou no meio do areal da Praia da Foz, pensou que tudo decerto, não tinha passa do de um sonho. Mas ao analisar melhor, verificou que se encontrava tapado com uma manta de lã que nunca tinha visto, e mais do que isso, tinha a seu lado um Cristal Branco luzidio Com Um Nome gravado - Susana


A partir desse dia Olavo, mudou radicalmente de vida, deixou Lisboa, e abriu um bar concerto na Praia da Foz.. Sempre que pode, caminha à noite pelo areal em busca dessa mulher mistério que apenas conhece o seu olhar fascinante e o seu Nome - Susana

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