segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ritmos biológicos

Estudos profundos por cientistas demonstram que a privação do sono dá origem à ocorrência de irritabilidade, menos facilidade de atenção, se uma pessoa dorme menos de 3 horas. Depois de períodos mais longos sem sono as pessoas tornam-se cada vez menos capazes de se concentrarem, e a execução de tarefas deteriora-se com as constantes entradas em períodos curtos de micro-sono.

As pessoas que trabalham por turnos, além de sofrerem várias perturbações parassonais, ficam mais frequentemente sujeitas a sofrer de úlceras, outros problemas digestivos e variadas psicossomáticas consoante a fragilidade dos órgãos e os problemas psíquicos que afectam o indivíduo. Os horários anormais e os turnos irregulares podem além disso ter implicações muito mais amplas. No último turno da noite, os próprios ritmos circadianos naturais de muitos trabalhadores predispõem-se para o sono.
Os ritmos biológicos também podem ser alterados nas pessoas que trabalham por turnos. Os nossos ritmos biológicos possuem normalmente uma constância e uma importância que os cientistas só muito recentemente valorizam. Os ciclos biológicos variam de pessoa para pessoa. Quando um ciclo biológico se completa ao fim de cerca de 24 horas chama-se Circadiano; o ritmo diário de vigia e de sono é um ritmo circadiano.

É bom esclarecer algo sobre este ritmo. Há portanto a considerar neste ritmo circadiano a importância da produção de hormonas pelo córtex supra-renal que é comandado por outras hormonas, pelo hipotálamo e pela hipófise. O ritmo de secreção da hidrocortisona pela supra-renal é controlado pela libertação da hormona adrenocorticotrófica (ACTH), também chamada corticotropina que é produzida pela parte anterior da hipófise e estimula o córtex supra-renal a libertar várias hormonas corticosteróides, e varia normalmente ao longo de um ciclo de 24 horas registando o seu valor mínimo à meia-noite e o máximo pelas 6 horas da manhã, decaindo lentamente ao longo do dia (ritmo circadiano). A ACTH é também necessária para a manutenção e crescimento das células do córtex supra-renal. A emoção, o stress e as lesões têm um forte efeito estimulante na libertação da ACTH e da hidrocortisona; sem esta última o corpo seria incapaz de recuperar convenientemente do stress. É bom conhecer o mínimo destes funcionamentos para compreender melhor os ritmos circadianos naturais.

Como já foi referido os turnos da noite alteram estes ritmos naturais. Os acidentes nucleares ocorridos em Three Mile Island nos E.U.A., em Chernobyl na ex-U.R.S.S. e o grande desastre nas instalações químicas de Bhopal na Índia deram-se todos durante o último turno da noite. Certos tratamentos com medicamentos ou hormonas, podem eventualmente revelar-se eficazes no restabelecimento dos ritmos circadianos dos trabalhadores por turnos. Presentemente os investigadores científicos sugerem duas formas simples para minimizar as variações e riscos desse trabalho. Os turnos devem suceder-se do dia para a tarde e depois para a noite, e não na ordem inversa. Por sua vez os trabalhadores em turnos devem manter-se em cada turno pelo menos durante 3 semanas.

O sono é frequentemente acompanhado por variações de temperatura bastante regulares. Não há duas pessoas com ritmos idênticos, mas num padrão geral comum a todos a temperatura corporal atinge o mínimo entre as 4 e 6 da manhã, pelas 7 horas a temperatura já estará a subir e a meio da manhã quando a temperatura está no auge, o corpo atingirá o máximo da sua capacidade de energia. As pessoas chamadas “madrugadoras” que estão prontas a agir assim que se levantam, iniciam em geral a sua subida de temperatura mais ou menos cerca das 3 ou 4 horas da madrugada. O seu máximo de energia ocorre portanto mais cedo que a meio da manhã, como também a queda de energia no outro extremo do dia ocorre mais cedo. A temperatura dos “noctívagos” pode por vezes não subir antes das 9 da manhã, tornando-os improdutivos, irascíveis, sonolentos e de mau humor, quando as suas funções laborais são iniciadas num horário mais matutino; por sua vez os “madrugadoras” já estão plenos de energia e a funcionar a “todo o vapor”. A actividade máxima destes surge muito mais cedo que a dos “noctívagos” por vezes antes do fim da tarde ou princípio da noite.

Um dos principais factores de desentendimento e stress a nível das relações humanas é a coexistência de ritmos incompatíveis. Principalmente entre um casal pode tornar-se catastrófico, quando o conhecimento cultural a estes níveis é reduzido. Se ele está vivo e desperto às 6 da manhã e ela só de noite é que se sente plena de energia, ou vice-versa, podem criar-se ressentimentos de desapego de um pelo outro ou falta de interesse. Cada um por si sente-se atingido e contrariado com os hábitos do outro; no entanto, estas diferenças entre “diurnos” e “nocturnos” não são culpa de ninguém, não há senão que aprender, cultivarem-se para saber aceitar essas diferenças e poderem viver o melhor possível com elas.

1 comentário:

Unknown disse...

aquela ilustração de um gajo satisfeito por ir trabalhar só pode tar a enganar toda a gente, até pk tá provado cientificamente k não é bem assim :)